A ideia que rendeu ao psicólogo Daniel Kahneman o prêmio Nobel de Economia em 2002 é simples: a mente funciona com dois sistemas, um intuitivo e outro racional. E, contrariando o senso comum, quem manda na maioria das nossas escolhas é a intuição. Isso porque, seja na savana africana, seja em uma metrópole moderna, precisamos tomar muitas decisões em muito pouco tempo.
Se parássemos para pensar em cada problema, acabaríamos mortos - ou por um leão ou por um carro. Afinal, o raciocínio precisa de tempo e de informações que nem sempre estão à disposição - e em algumas situações não podemos apenas dizer "não sei". Já a intuição oferece respostas imediatas substituindo uma questão complexa pela associação mais próxima.
O problema é que isso nos leva a erros crassos. Imaginemos Bruno, um homem tímido de 30 anos, organizado e detalhista. É mais provável que ele seja um camponês ou um bibliotecário? Se levarmos em conta que o Brasil tem mais de 5 milhões de estabelecimentos agrícolas e menos de 5 mil bibliotecas, a chance de ser camponês é bem maior, certo? Mas a intuição diz o contrário - afinal, as características de Bruno se encaixam perfeitamente no estereótipo de bibliotecários.
Bom, na vida encaramos dilemas bem mais relevantes do que a profissão de Bruno - um pedido de demissão, outro de casamento, onde investir, o que vestir... Quando você estiver diante de uma questão importante, o melhor é deixar a intuição de lado e colocar a cabeça para funcionar. Porque ela é cega, burra e medrosa.
Fonte: Revista SuperInteressante
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