O segredo da felicidade segundo a ciência

Ser feliz não é comer o prato que você mais gosta ou gozar de uma vida plena e tranquila; a ciência mostra que a chave para a satisfação pessoal é fazer coisas arriscadas e até mesmo arriscadas.

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?

Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos.

Quatro dicas da ciência para você perder peso

Fazer dieta não é bom: te deixa triste e mais gordo. Então para perder peso sem perder a alegria, a ciência entrega algumas dicas bem mais fáceis.

Pessoas Inteligentes

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia...

Como ELE pensa. Como ELA pensa.

Quase nunca se perde. Sabe para onde seguir e como conduzir seus pensamentos para chegar a um objetivo. Assim funciona a cabeça dos homens.

15 de maio de 2014

Aprender uma segunda língua retarda em cinco anos o surgimento de demência

Quer manter seu cérebro são e eficiente por muito tempo? Aprender uma segunda língua pode ser uma boa. Pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) e do Instituto de Ciências Médicas de Nizam em Hyderabad (Índia) descobriram que falar mais de uma língua ajuda a retardar em quase cinco anos o surgimento de demência – e se mostrou mais eficiente do que o efeito de remédios.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam quase 650 pessoas com demência na Índia, das quais 60% eram bilíngues. Aquelas que falavam mais de uma língua desenvolveram a doença 4,5 anos mais tarde que a média daqueles que só falavam uma (aos 65 anos, contra 61). O atraso variava entre três anos para a doença de Alzheimer e seis anos para a demência frontotemporal.

E a vantagem de ser bilíngue valia inclusive para pessoas analfabetas que não haviam frequentado a escola, o que indica que o efeito não é causado por diferenças na educação formal. Além disso, quem falava mais de duas línguas não teve vantagens sobre quem falava apenas duas.

Outras pesquisas haviam apontado educação, gênero, ocupação e local de moradia (se a pessoa vive no campo ou cidade) como fatores que poderiam influenciar o aparecimento da demência. Este, no entanto, foi o maior estudo a medir o impacto exclusivo do bilinguismo em relação à doença.

Exercício cerebral

Os pesquisadores acreditam que as trocas entre diferentes sons, palavras, conceitos, estruturas gramaticais e normas sociais que os falantes de duas ou mais línguas diferentes precisam fazer acabam sendo uma forma natural de treinamento do cérebro, provendo uma espécie de “reserva cognitiva” que tende a ser mais eficaz do que qualquer treino artificial, como jogos e outros exercícios. Mas outros estudos são necessários para que se entenda melhor como isso acontece.

“Estes resultados sugerem que o bilinguismo pode ter uma influência mais forte sobre a demência do que as drogas atualmente disponíveis. Por isso, o estudo da relação entre bilinguismo e cognição é uma das nossas prioridades agora”, disse Thomas Bak, da Universidade de Edimburgo.

Fonte

8 de maio de 2014

9 hábitos de pessoas mentalmente fortes


Em 1914, o laboratório de Thomas Edison foi destruído num incêndio, e anos de trabalho foram perdidos.Isso poderia facilmente ser descrito como a pior coisa a ter acontecido a Edison, mas, em vez disso, o inventor decidiu encarar o incidente como uma oportunidade de reexaminar e reconstruir muito de seu trabalho. Edison teria afirmado na época: “Graças a Deus que todos os nossos erros foram queimados. Podemos começar de novo, do zero”.

“Em um mundo que não controlamos, a tolerância é obviamente um bem”, disse ao Huffington Post Ryan Holiday, autor de "The Obstacle Is The Way" (O obstáculo é o caminho, em tradução livre). “Mas a capacidade de encontrar energia e força naquilo que não controlamos é uma vantagem competitiva imensa.”

Ele está falando de força mental, um conceito psicológico difícil de definir e que inclui inteligência emocional, obstinação, resiliência, autocontrole, resistência mental e consciência.É algo que Edison tinha de sobra e a razão pela qual algumas pessoas são capazes de superar qualquer obstáculo, enquanto outras se esmigalham diante dos desafios e das frustrações do dia a dia. A capacidade de lidar com emoções e situação difíceis é um indicador importante do nosso sucesso e da nossa felicidade.

Os indivíduos mais capazes neste sentido transformam obstáculos em fontes de crescimento e oportunidade. E, apesar de muito se falar do que as pessoas mentalmente fortes evitam fazer - tal como viver no passado, ressentir-se do sucesso alheio e sentir pena de si mesmas -, o que elas de fato fazem? Que táticas elas usam para superar as adversidades repetidas vezes?

“O que pensamos ser obstáculos, na verdade, são oportunidades de fazer algo”, diz Holiday. “De uma certa maneira, são recompensas inesperadas, desde que lidemos e não fujamos desses obstáculos.”
Aqui estão nove hábitos essenciais e práticas das pessoas mentalmente fortes que podem ajudá-lo a atravessar qualquer desafio ou dificuldade.


Elas veem as coisas objetivamente

Existe uma máxima na antiga filosofia do estoicismo: “Não há mau nem bom, apenas a percepção”, que mais tarde foi ecoada num verso famoso de Shakespeare: “Não há nada bom ou nada mau, mas o pensamento o faz assim”.

A maneira como percebemos uma situação tem um poder tremendo de nos ajudar ou nos prejudicar. Muitas vezes reagimos emocionalmente e projetamos julgamentos negativos em uma situação, quando na realidade a chave para superar um obstáculo é ver as coisas objetivamente.

“Você pode ter o melhor plano do mundo, mas, se não ver a situação claramente, não adianta nada”, diz Holiday.

Holiday estudou inúmeros exemplos de indivíduos ao longo da história capazes de lidar com obstáculos que, para nós, parecem insuperáveis, desde ser falsamente acusado de um triplo homicídio a ser intensamente discriminado por motivos de raça ou sexo.

Ele concluiu que a resistência mental depende de três coisas: percepção, ação e vontade.
“[A resistência mental depende de] algum tipo de estrutura filosófica que permita enxergar além das emoções ou das primeiras impressões causadas por determinada situação”, diz Holiday.

“Então, os elementos disso são 1) sua percepção: você consegue enxergar as coisas claramente e com equilíbrio? 2) você tem soluções ou ações criativas? E, finalmente, que tipo de determinação ou vontade você tem para lidar com a situação?”


Elas não se acham “no direito”

Todos nós merecemos a felicidade, mas não merecemos uma vida livre de obstáculos ou adversidades.
Agir como se esse fosse um direito – achar que devemos ter o que queremos a maior parte do tempo – dificulta a vida na hora de lidar com os desafios quando eles aparecem e nos pegam de surpresa.
Esse é um obstáculo especialmente comum para a Geração Y, de acordo com o especialista Paul Harvey, professor-assistente de administração da Universidade de New Hampshire, que observou que a geração do milênio tem “expectativas irreais e uma forte resistência em aceitar comentários negativos”.

“Vendeu-se para a Geração Y um certo jeito de pensar sobre o mundo”, concorda Holiday.
“Antigamente, as pessoas recebiam uma estrutura que não era só mais humilde, mas que também entendia como o mundo poderia ser imprevisível e inexplicável.”

Pessoas mentalmente fortes reconhecem que seus planos de vida, e a vida em si, podem sair dos trilhos a qualquer momento – e elas não perdem tempo se considerando vítimas do destino quando as coisas não acontecem como elas gostariam.


Elas mantêm a calma

A estabilidade emocional e a capacidade de manter a cabeça fria é um bem importante na hora de lidar com situações desafiadoras. Felizmente, a estabilidade emocional tende a aumentar com a idade – e não é surpresa que fiquemos mais felizes como resultado disso.Resistência mental não significa estar feliz o tempo todo. Talvez seja mais razoável pensar em algo como “manter a calma o tempo todo”, diz Holiday.


Elas não aspiram à felicidade o tempo todo

Uma preocupação excessiva com a felicidade pode na verdade levar a uma atitude pouco saudável: emoções e experiências negativas.

Pessoas mentalmente fortes não tentam evitar emoções negativas – em vez disso, elas aceitam as emoções positivas e negativas e permitem que os diferentes sentimentos coexistam, um componente-chave da resiliência.

“Nós damos tanto valor ao otimismo, à felicidade e a todos esses traços positivos, eles mesmos abstrações, que somos pegos de surpresa e não conseguimos lidar com seus opostos”, diz Holiday.

“Se estivéssemos mais no meio do caminho as coisas seriam melhores. Tiraríamos vantagem do que acontece conosco porque haveria mais objetividade.”

O pesquisador australiano Hugh Mackay argumenta que nossa obsessão cultural com a felicidade pode ser perigosa e que, em vez de se preocupar em ser felizes, deveríamos na verdade nos preocupar em ser completos.

“A ideia de que tudo o que fazemos é buscar a felicidade me parece realmente perigosa e tem levado a uma doença contemporânea na sociedade ocidental, que é o medo da tristeza”, escreve Mackay em The Good Life.

“Deveríamos buscar a completude, e a tristeza é parte dela, assim como o são os desapontamentos, as frustrações e os fracassos; tudo o que nos faz ser o que somos. Felicidade, vitórias e conquistas são coisinhas boas que acontecem em nossas vidas, mas elas não nos ensinam muito.”


Elas são otimistas realistas

As pessoas mentalmente fortes estão acostumadas a se levantar depois de uma queda.
Em vez de ficarem aflitas e desesperadas, elas aproveitam a oportunidade para raciocinar e encontrar uma solução criativa para o problema.

Essas pessoas tendem a ser otimistas realistas - elas têm a esperança dos otimistas e a clareza dos pessimistas - o que lhes dá a motivação e o pensamento crítico exigido para obter as soluções criativas.
“Toda vez que [o otimista realista] está diante de uma questão, um desafio ou um problema, ele não vai dizer: “Não tenho escolha, esta é minha única opção”, diz a pesquisadora Sophia Chou ao LiveScience.
“Eles são criativos e terão um plano A, um plano B e um plano C.”


Elas vivem no presente

Estar presente – em vez de viver no passado ou ter expectativas futuras – permite ver as coisas como elas realmente são.

Mesmo que não meditem propriamente, as pessoas mentalmente fortes tendem a manter essa consciência e essa abordagem perante o mundo.

“Pode chamar como quiser, mas a ideia é que, se você se concentrar exclusivamente naquilo à sua frente, você não está trazendo nenhuma bagagem para a situação e está considerando só as variáveis que importam”, diz Holiday.

A ciência tem demonstrado que a meditação pode aumentar o poder do seu cérebro.
Praticar essa “conscientização” já foi ligado à estabilidade emocional, menos estresse e ansiedade e mais clareza mental.


Elas são persistentes na busca de seus objetivos

Todos já ouvimos histórias inspiradoras de pessoas incrivelmente bem-sucedidas que superaram dificuldades e fracassos para chegar lá.

Elas mostram uma das qualidades fundamentais das pessoas resilientes: perseverança ou, como coloca a psicóloga Angela Lee Duckworth, obstinação.

Em suas pesquisas com estudantes em diferentes ambientes educacionais, Duckworth descobriu que a obstinação é a principal razão do sucesso, mais que qualquer outra qualidade (QI, inteligência emocional, aparência, saúde física).

Ela também estudou professores e trabalhadores e diversos ambientes profissionais para determinar as razões do sucesso.

“Em todos esses diferentes contextos, um fator emergiu como segredo do sucesso, e não era a inteligência social, a aparência, a saúde física ou o QI. Era a obstinação”, disse Duckworth numa palestra no TED.
“A obstinação é paixão ou perseverança em nome de objetivos de longo prazo. Obstinação é ter resistência, é não abrir mão do futuro, dia após dia – não só por um dia ou por um mês, mas por anos – para transformar aquele futuro em realidade.”


Mas elas sabem quando é hora de abrir mão 

Uma pessoa mentalmente forte pode dizer para si mesma: “Tentei de tudo e agora posso desistir”, diz Holiday.

Reconhecer que você controla somente suas ações, e não o resultado delas, é tão importante quanto perseverar. Aceitar este fato nos permite abrir mão das coisas que estão além de nosso alcance.
Há uma ideia no estoicismo, explica Holiday, chamada a “arte da aquiescência”, que é abrir o caminho para as coisas que você não pode mudar, tentando tirar o melhor da situação em vez de se afligir ou frustrar.

Precisamos de força, determinação e perseverança, mas nem sempre elas são a resposta que procuramos. As pessoas mentalmente fortes vivem de acordo com a Oração da Serenidade -- elas mudam o que podem controlar, aceitam o que não podem controlar e sabem a diferença entre as duas situações.
“Às vezes a solução do problema é aceitá-lo e ser flexível o suficiente para contorná-lo, em vez de bater de frente com ele até que você quebre”, diz Holiday.


Elas amam suas vidas

Amor fati é uma expressão em latim que pode ser traduzida como “amar o destino”, um conceito derivado dos antigos filósofos estoicos gregos e romanos que reapareceu mais tarde na obra de Nietzsche.
Talvez esse seja o fator mais importante na força mental.

“A ideia é que você não tem apenas de tolerar as coisas que não pode controlar – elas podem ser uma benção”, diz Holiday. “Você pode encontrar a felicidade não apenas aceitando, mas abraçando as coisas que acontecem para você.”

Pessoas mentalmente fortes são gratas pelos obstáculos pelo simples fato que eles representam a própria vida. Pouco antes de morrer, a escritora Jane Lotter, de Seattle, deixou esse conselho para sua família, num obituário que ela mesma escreveu.

Como disse Lotter, “Que você se lembre sempre de que os obstáculos no caminho não são obstáculos, eles SÃO o caminho.”

Fonte

3 de maio de 2014

AUTOCOMPAIXÃO é saudável, diz a psicologia

Você sabe o que é a autocompaixão?  Trata-se, basicamente, de ser compreensivo e gentil consigo mesmo, sem ficar e culpando ou criticando demais. Cada vez mais pesquisas têm mostrado que cultivar essa atitude faz bem para a sua saúde mental – ajudando a reduzir o stress, por exemplo.

Não é conceito muito fácil de entender: é diferente da autoestima, que pode levar ao narcisismo ou um amor extremado a si mesmo, e não pode ser confundido com autopiedade (que é a pena de si).

De acordo com Kristin Neff, professora de psicologia da Universidade do Texas em Austin e pesquisadora do assunto, “autocompaixão significa tratar a si mesmo com a mesma gentileza e cuidado com que você trataria um amigo”.

Não é difícil entender por que um pouco de autocompaixão faz bem: pessoas assim evitam fazer críticas destrutivas a si mesmas ou fazer generalizações negativas (do tipo “eu SEMPRE estrago tudo”). Além disso, elas veem seus problemas e falhas como parte normal da condição humana. Sem dramas.

E, diferentemente do que possa parecer, tratar a si mesmo com gentileza também ajuda a atingir seus objetivos. Neff explicou para a Scientific American que as pessoas podem achar que a autocrítica as motiva e, se não forem duras consigo mesmas, não vão sair do lugar. Mas os estudos mostram que a autocompaixão não promove o rebaixamento dos padrões das pessoas – a diferença é que, nesses casos, se elas não atingirem seus objetivos não será o fim do mundo, porque elas não determinam seu próprio valor com base no sucesso. Isso já ajuda muito a diminuir seu nível de stress.


Como desenvolver autocompaixão

Mas como você pode desenvolver essa atitude? Uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia em Berkeley concluiu que uma forma eficiente de conseguir isso é mostrando gentileza e compaixão a outras pessoas.

Em uma conferência da Sociedade para a Psicologia Social e da Personalidade, em janeiro deste ano, as pesquisadoras Juliana Breines e Serena Chen falaram sobre uma série de experimentos nos quais elas pediram a um grupo de voluntários que apoiassem outra pessoa. Eles poderiam fazer isso ao escrever sugestões para fazer um amigo com um problema se sentir melhor. Também foi pedido a outro grupo que recordasse um momento divertido que passaram com um amigo e, a um terceiro, que apenas lessem sobre o sofrimento de outros.

Resultado: o grupo que deu apoio se avaliou com maior autocompaixão do que os outros. Segundo Breines, apoiar outras pessoas dá o sentimento de estar conectado e ajuda a enxergar que outras pessoas também têm problemas. Mas o ponto principal é que, em épocas difíceis, as pessoas têm a tendência natural de se concentrar em si mesmas e acham difícil ajudar outras. Quando, apesar disso, nos esforçamos em aproveitar oportunidades de apoiar outros, podemos nos sentir melhor em relação ao que estamos vivendo.


Conselhos errados que as pessoas dão: Você só vai vencer na vida se for muito exigente consigo mesmo

“Acredite em si mesmo e não aceite uma derrota!” “Você precisa ter uma autodisciplina impecável para ter sucesso”. Você já perdeu a conta de quantas vezes ouviu essas frases, certo?  É claro que boas doses de autoconfiança e disciplina são necessárias para atingirmos nossos objetivos. Mas a ciência já descobriu que é preciso pegar leve com essa exigência toda.

Estudos recentes revelaram que quem cobra demais de si mesmo apresenta níveis mais altos de depressão e ansiedade. Enquanto isso, quem é mais compreensivo com as próprias falhas é mais feliz, otimista e, de quebra, ainda tem mais saúde.

A professora de desenvolvimento humano da Universidade do Texas em Austin Kristin Neff, uma das pioneiras nesse novo campo da psicologia chamado autocompaixão, diz que muita gente não é compreensiva consigo mesma porque teme cair na autoindulgência ou baixar seus padrões de excelência.  “Eles acham que a autocrítica é o que os mantêm na linha”, disse ela ao New York Times. Tudo culpa da ideia difundida de que se deve ser extremamente exigente e autocrítico para ter sucesso. Mas a verdade é que, segundo Neff, a autocompaixão estimula as pessoas porque as leva a se cuidarem melhor. Quanto mais você se cuidar – e quanto menos energia gastar se criticando – melhor se sairá.

Agora, como é que vamos saber a medida exata de autocompaixão? Uma boa saída é nos perguntarmos se tratamos nós mesmos tão bem quanto tratamos nossos amigos e familiares. E isso é mais difícil do que parece. Um estudo recente descobriu que, no geral, as pessoas que costumam apoiar e compreender as falhas dos outros são muito mais rígidas com suas próprias falhas.

Em termos práticos: como você agiria se tivesse um filho com dificuldades na escola? Muitos pais dariam apoio e ajudariam com aulas extras. Mas e quando você é quem está nessa situação, talvez com problemas no trabalho ou com dificuldade para emagrecer?  Aí o tratamento muitas vezes é diferente: cai-se num ciclo de negatividade e excesso de crítica. Se essa estratégia é inútil na hora de ajudar outra pessoa, por que haveria de funcionar com nós mesmos?

Um estudo de 2007 da Universidade de Wake Forest mostrou que um pequeno incentivo à autocompaixão já produz resultados.  Os pesquisadores convidaram 84 mulheres para uma experiência de degustação de alguns doces engordativos que são proibidos para quem deseja manter a forma. Um instrutor pediu a algumas voluntárias que não fossem duras consigo mesmas, já que todo mundo naquele estudo comeria aqueles doces e não havia razão nenhuma para se sentirem mal ao fazerem isso também.

No fim, as mulheres que costumavam ter sentimento de culpa a respeito de alimentos proibidos e que ouviram aquela mensagem comeram menos do que as outras.  Os pesquisadores acreditam que isso aconteceu porque, ao se permitirem apreciar os doces, elas os apreciaram melhor e ficaram satisfeitas com menos. Já quem estava com sentimentos de culpa acabou comendo mais para tentar se sentir melhor. Coisa que, no máximo, permitiu só um prazer momentâneo e aumentou o sentimento de culpa posterior, num círculo vicioso. Isso também pode funcionar com o vício na internet, por exemplo. Ou com problemas de concentração.

Fonte1
Fonte 2

Descoberta a molécula que causa depressão e ansiedade


Se a depressão tivesse uma aparência física, ela seria assim. 
molecula stress

A imagem mostra a molécula CRF1, que está diretamente ligada ao estresse. Moléculas menores, como a que aparece no centro da imagem, podem ser projetadas para inibir sua ação. 

Apesar de ter virado algo comum nos últimos anos, muita gente acha difícil entender a depressão e acredita que, para vencê-la, é só uma questão de ver as coisas de um jeito mais positivo, fazer mais exercício físico ou coisa do tipo. É claro que esse tipo de coisa pode ajudar. Mas estresse e depressão são, antes de tudo, um problema químico. E cientistas acabaram de descobrir a molécula que está diretamente relacionada a esses problemas.

Usando uma das máquinas de raio-X mais potentes do planeta, pertencente ao Diamond Light Source, um acelerador de partículas do Reino Unido, cientistas da empresa farmacêutica Heptares Therapeutics conseguiram a imagem que você vê neste post. Essa estrutura em 3D pertence a uma molécula que atua para regular a nossa resposta ao estresse, chamada CRF1.

O CRF1 é um receptor do CRF, um hormônio liberado pelo hipotálamo como resposta do cérebro ao estresse. Ao se ligar ao hormônio, o CRF1 promove a liberação de substâncias bioquímicas que, em um período estressante prolongado, podem levar à ansiedade e à depressão. Ele também está relacionado com a síndrome do intestino irritável e outras alterações intestinais ligadas ao estresse.
A novidade é que, ao analisar com detalhes sua estrutura, os pesquisadores descobriram que a molécula tem sua “bolsa de ligação” localizada numa posição muito diferente de outros receptores. Com isso, será possível projetar com mais precisão moléculas que possam se encaixar ali e bloquear sua ação, deixando-a inativa.

O estudo foi publicado na revista Nature em 17 de julho e é importante porque abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos que, ao interagir com o CRF1, possam tratar depressão e ansiedade, além de outros problemas relacionados a moléculas com estruturas parecidas, como diabetes do tipo 2 e osteoporose.

Fonte original deste post